domingo, 9 de maio de 2010

Todo dia é dia da Mãe

É na verdade, todo dia é dia da Mãe, mas que é bom ter um dia só para nós, isso é.
Os mais críticos, os politicamente corretos, podem argumentar que isso é coisa do comércio, dessa sociedade consumista da qual fazemos parte, o que, é claro, eles não deixam de ter razão, pois afinal de contas estamos no mundo capitalista, é qualquer motivo é motivo para se lucrar.
 Mas, aqui nesse meu blog, quero é dizer para vocês que eu gosto muito desse dia, e os motivos são muitos.
 Primeiro é uma oportunidade de refletir o que é ser MÃE, não que eu não faça isso todo dia, mas é um momento em que eu sei que muitas outras mulheres estão nessa mesma sintonia, nessa sincronicidade; depois mesmo com algumas insistências, com alguns percalços, consigo reunir meus filhos e neto. E hoje foi especial porque nos reunimos na casa nova de uma de minhas irmãs em Santa Tereza, estavam quase todos lá, meus filhos, menos um que estava trabalhando, meu neto  sua mãe, minha nora , minhas irmãs, menos uma que mora em Natal  com seu filho, meus sobrinhos, menos uma que estava trabalhando, meu cunhado e meu companheiro. Enfim, hoje foi um dia abençoado, a chuva fininha trouxe um aconchego gostoso, e os afetos multiplicaram-se.
 Minha irmã que mora em Natal me mandou uma crônica da Martha Medeiros, como presente de dia das mães,  que gosto muito, então, compartilho com vocês.



MÃE É MÃE: mentira.
( Martha Medeiros )

Vamos esclarecer alguns pontos sobre mães,ok?
Desconstruir alguns mitos.
Não, não precisa se preocupar.
Não é nada ofensivo, eu também sou mãe...e avó!
Vamos lá:
MÃE É MÃE: mentira !!!
Mãe foi mãe, mas já faz um tempão!
Agora mãe é um monte de coisas:
é atleta, atriz, é superstar.
Mãe agora é pediatra, psicóloga, motorista.
Também é cozinheira e lavadeira.
Pode ser política, até ditadora, não tem outro jeito.
Mãe às vezes também é pai.
Sustenta a casa, toma conta de tudo, está jogando um bolão.
Mãe pode ser irmã: empresta roupa, vai a shows de rock e pra desespero
de algumas filhas, entra na briga por um namorado.
Mãe é avó (oba, esse é o meu departamento!):
moderníssima, antenadíssima, não fica mais em cadeira de balanço,
se quiser também namora, trabalha, adora dançar.
Mãe pode ser destaque de escola de samba, guarda de trânsito, campeã
de aeróbica, mergulhadora.
Só não é santa, a não ser que você acredite em milagres.
Mãe já foi mãe, agora é mãe também.
MÃE É UMA SÓ: mentira !!!
Sabe por quê?
Claro que sabe!
Toda criança tem uma avó que participa, dá colo, está lá quando é preciso.
De certa forma, tem duas mães.
Tem aquela moça, a babá, que mima, brinca, cuida.
Uma mãe de reserva, que fica no banco, mas tem seus dias de titular.
E outras mulheres que prestam uma ajuda valiosa.
Uma médica que salva uma vida, uma fisioterapeuta que corrige uma
deficiência, uma advogada que liberta um inocente, todas são um pouco
mães.
Até a maga do feminismo, Camille Paglia, que só conheceu instinto
maternal por fotografia, admitiu uma vez que lecionar não deixa de ser
uma forma de exercer a maternidade.
O certo então, seria dizer: mãe, todos têm pelo menos uma.
Ser mãe é padecer no paraíso: mentira!
Que paraíso, cara-pálida?
Paraíso é o Taiti, paraíso é a Grécia, é Bora-Bora, onde crianças não entram.
Cara,estamos falando da vida real, que é ótima muitas vezes, e
aborrecida outras tantas, vamos combinar.
Quanto a padecer, é bobagem.
Tem coisas muito piores do que acordar de madrugada no inverno pra
amamentar o bebê, trocar a fralda e fazer arrotar.
Por exemplo?
Ficar de madrugada esperando o filho ou filha adolescente voltar da
festa na casa de um amigo que você nunca ouviu falar, num sítio que
você não tem a mínima idéia de onde fica.
Aí a barra é pesada, pode crer...
Maternidade é a missão de toda mulher: mentira !!!
Maternidade não é serviço militar obrigatório, caraca!
Deus nos deu um útero mas o diabo nos deu poder de escolha.
Como já disse o Vinicius: filhos, melhor não tê-los, mas se não
tê-los,como sabê-los?
Vinicius era homem e tinha as mesmas dúvidas.
Não tê-los não é o problema, o problema é descartar essa experiência.
Como eu preferi não deixar nada pendente pra a próxima encarnação,
vivi e estou vivendo tudo o que eu acho que vale a pena nesta vida
mesmo, que é
pequena mas tem bastante espaço.
Mas acredito piamente que uma mulher pode perfeitamente ser feliz sem
filhos, assim como uma mãe padrão, dessas que têm umas seis crianças
na barra da saia, pode ser feliz sem nunca ter conhecido Paris, sem
nunca ter mergulhado no Caribe, sem nunca ter lido um poema de
Fernando Pessoa.
É difícil, mas acontece.
Mamãe, eu quero: verdade!
Você pode não querer ser uma, mas não conheço ninguém que não queira a sua.

Um comentário:

  1. márcia hortencia,

    sábia foi a sua mãe quando escolheu seu nome.
    você é uma flor!
    beijo,
    cristina villaça

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